terça-feira, 15 de setembro de 2009

Snujs


A Origem dos Címbalos na Música Árabe

Desejando inicialmente transformar este tema em mais uma página especial para este site, optamos por introduzi-lo nesta seção, devido sua significativa importância às Bailarinas de Dança do Ventre.
Vamos aqui tentar desvendar alguns dos mistérios que envolve os Snujs, através de uma análise geral e histórica dos címbalos e sua importância no âmbito da música árabe.


O Sistro - Instrumento de percussão religiosos composto por 6 címbalos ( total de 12 pequenos pratos rústicos ) Acredita-se que os Snujs derivaram desse antigo instrumento ritualista egipcio.
Primeiramente, devemos procurar entender o que realmente significa um címbalo.
Segundo consta nos dicionários modernos, címbalo significa pratos. Desta maneira, o címbalo corresponde a cada um dos dois discos de metal sobrepostos.
Por exemplo: os Snujs são compostos por 4 pratos, que formam 2 címbalos (dois pratos em cada mão). O Daff ou Riqq, é um instrumento que possui 5 címbalos duplos, ou seja, 10 címbalos que totalizam 20 pequenos pratos.
Qual seria a importância dos címbalos na antiguidade egípcia? Comprovadamente, o som produzido por címbalos está diretamente relacionado ao sagrado, ao religioso. É o mesmo objetivo dos sinos das igrejas, ou seja, quando tocados, conduz as orações dos fiéis até ao mundo divino.
Estudiosos acreditam que, inicialmente, a música árabe seria destinada aos cultos e adorações em honra aos deuses egípcios.


Gravura egípcia que mostra um harpista sendo acompanhado por Sistros, tocados por sacerdotisas.
Bem, segundo dados históricos, o "Sistre" ou "Sistro" foi certamente o primeiro instrumento de percussão árabe dotado de címbalos que surgiu no Egito antigo. A prova esta estampada claramente em milhares de esculturas e pinturas de templos e tumbas faraônicos.
Os egípcios denominavam o Sistro de Sechechet, que podia possuir duas formas diversificadas.
Em algumas descobertas da Arqueologia, como a tumba do faraó Tutankhamon, foram encontrados diferentes Sistros, compostos por címbalos de bronze bastante rústicos.
O toque do Sistro, geralmente, estava relacionado ao ato de clamar por proteção divina, e sempre era tocado por mulheres (sacerdotisas). Abaixo saberemos o porque desta razão.
No âmbito da religiosidade, o som produzido pelos címbalos representava o clamor de bênçãos à deusa Hathor (Deusa da Beleza, da Música, das Danças e, também, da Fertilidade).


Címbalo datado do período romano - Museu Britânico
Conforme nos explica os egiptólogos, Hathor, tendo sobre sua cabeça uma lua cercada por chifres, representaria o princípio feminino (beleza) e a fertilidade.
Aqui podemos entender historicamente um dos motivos pelo qual os Címbalos são considerados um acessório indispensável à Dança do Ventre. Lembramos, aqui, que a Dança do Ventre está ligada ao princípio da fertilidade da mulher. A Dança exalta o privilégio de ser mulher e sua dádiva de procriar, como bem nos ensina Shahrazad Sharkey.
O Sistro ainda é usado na música árabe ? Não ! Na música árabe moderna sua utilização fora abolida, porém, em países como a Etiópia, sua utilização ainda é possível em rituais e cerimônias estritamente religiosos.
Pandeiros com címbalos (platinelas).
Acreditamos que a primeira geração de "pandeiros" que apareceram no Egito não possuíam címbalos. Certamente o Daff ( Riqq para os Egípcios) e o Bendir com címbalos (Mazhar), são desdobramentos que surgiram posteriormente, o que evidentemente representa um aprimoramento dos instrumentos de percussão.
Um outro ponto importante é com relação ao uso da expressão "címbalos". Para os pandeiros, utiliza-se modernamente o termo "platinelas" - as platinelas do daff, da mazhar - , já para os snujs, "címbalos" é o mais adequado. "Platinelas" é uma expressão muito usada atualmente no mundo da percussão. Para facilitar o apredizado, adotamos neste site o termo "címbalos", mas fica registrado tal ressalva.


Relêvo egípcio que mostra uma mulher tocando um Bendir ou Daff (sem címbalos).
O Instrumento, conforme mostra a gravura, é empunhado pela mão esquerda e tocado com a mão direta (forma tradicional como são tocados os pandeiros árabes até hoje).
Se observarmos atentamente algumas gravuras egípcias, vamos notar claramente a predominância de pandeiros sem címbalos, o que reforça tal idéia supracitada.
O surgimento histórico dos pandeiros com címbalos tanto no Egito quanto em todo o mundo árabe, deve-se certamente a outras duas finalidades de sua utilização, ou seja, demonstração de alegria e ostentação rímica.
Ressaltamos que a utilização dos Snujs por uma Bailarina durante sua apresentação significa auto-afirmação de seu estado alegre e o convite à elevação de espírito (caráter não religioso), como também o pedido de proteção divina, intrinsecamente ligado à preservação de sua faculdade de procriar (fertilidade).

Os Snujs e sua utilização no Brasil.

Os Snujs (címbalos para os dedos) foram imortalizados no Brasil pelas mãos da notável Shahrazad Sharkey, durante suas apresentações de Dança.
Acompanhando a percussão de Fuad Haidamus, pioneiro da percussão árabe, Shahrazad trouxe a verdadeira técnica de sua utilização, figurando até hoje como a grande mestra no toque desse instrumento no Brasil e de sua utilização na Dança do Ventre.
Posteriormente, sua técnica passara a ser copiada e utilizada pela primeira geração de bailarinas que se seguiu, todas importantes precursoras na difusão da arte trazida por Shahrazad ao território brasileiro.

Os Snujs - Por quê, quando e como utilizá-los ?


Bailarinas Libanesas realizam a "Dança do Lenço", considerada uma das mais antigas e tradionais danças da Cultura Árabe. Para a prática dessa modalidade de dança, geralmente, costuma-se entoar o ritmo "El Zaffa",
Muitos perguntam se há algum segredo especial para se tocar bem os Snujs. Bem, sempre gosto de dividir o estudo desse pequeno instrumento buscando responder a três perguntas básicas: Por que utilizá-los ? Quando utilizá-los ? E, por final, como utilizá-los ?
Porque e quando utilizá-los.
Em primeiro lugar, devemos ressaltar a simplicidade desse instrumento. Os Snujs possuem a finalidade exclusiva de alegrar determinadas frases rítmicas, proporcionando, através de seus toques vibrantes, um som mais envolvente e empolgante à percussão.
É muito importante deixar claro que o uso dos Snujs está diretamente ligado ao estado de espírito da pessoa, ou seja, se um determinado ritmo ou estribilho musical nos deixa felizes e alegres, se eleva nosso estado de espírito, é mais que correto usarmos os Snujs.
Seria o equivalente a bater palmas num determinado momento empolgante de uma música. A pessoa mostra que está feliz e que deseja, através do toque simples dos Snujs, contagiar todos que estiverem à sua volta dessa felicidade.
Desta lição básica podemos tirar muitas conclusões. Primeiro, não é em qualquer música que os Snujs podem ser utilizados (apenas música alegres, empolgantes), e, segundo, é muito raro a utilização dos Snujs em uma música desde o começo até o fim. Devemos nos preocupar em destacar os pontos mais empolgantes, os pontos de elevação de espírito. Isso vai muito da pessoa. Tocá-lo de forma direta, sem parar, prejudica a percussão tornando-a perturbadora. É por essa razão que não é aconselhável utilizá-los como percussão base. Quando uma Bailarina usa os Snujs durante sua apresentação num determinado momento da música, significa duas coisas: 1 - A auto-afirmação de seu excelente estado de espírito naquele momento musical e 2- A intenção de transmitir esse sentimento a todos que estiverem à sua volta ( é o desejo de contagiar). É, portanto, a auto-afirmação e o convite à elevação de espírito. Como utilizá-los. Há quem realmente goste de desenvolver teorias pesadas sobre esse instrumento. Seria realmente correto colocarmos os Snujs no mesmo patamar que a Derbakke, a Doholla, a Mazhar, o Daff etc.. ? Bem, é evidente que não. Os Snujs acompanham a percussão de linha tornando-a mais alegre e envolvente, apenas isso. Apesar de pertencerem ao rol dos principais instrumentos da percussão libanesa, devemos ter em mente que sua envergadura é menor. Eles não possuem aptidão para serem usados, por exemplo, como referência maior numa percussão base, como a Mazhar ou a Doholla. Sua função específica dentro de uma percussão não é essa, como já dissemos.


Bailarina Libanesa faz apresentação de Dança do Ventre (década de 70)
.



Certa vez recebemos a mensagem de uma Bailarina preocupada em saber se o "DUM"nos Snujs é feito através do toque dos dois címbalos de ambas as mãos simultaneamente ou se pode ser feito apenas com uma mão. Bem, não existe uma teoria que estabeleça coerentemente qual desses dois modos de tocar é o mais correto.
Há quem afirme que batendo os dois juntos a acentuação dada melhora a interpretação rítmica. Outros, porém, pregam uma liberdade maior ao toque dos Snujs. Para estes, realizar o "DUM" batendo sempre os dois pares de címbalos simultaneamente torna seu som irritante, prejudicando a interpretação do ritmo.
Para tentarmos solucionar tal problemática, devemos buscar a resposta nos princípios básicos que regem toda percussão. O recurso de bater os Snujs simultaneamente, faz com que consigamos obter uma máxima acentuação sonora naquela específica nota (batida rítmica). O "DUM", por sua vez, é sempre a nota de maior vibração sonora e não de maior acentuação sonora. Vejamos abaixo:
1 - Vibração sonora de uma nota: É a durabilidade sonora da nota dentro de uma frase rítmica (batida).
2 - Acentuação sonora de uma nota: E a nota que possui toque mais forte, mais robusto, o que a torna mais nítida dentro da frase rítmica.

Ante ao raciocínio exposto, cabe fazermos uma pergunta: Seria conveniente imprimirmos sempre uma máxima acentuação sonora ao "DUM" nos Snujs ? Penso particularmente que a técnica dos toques simultâneos deve ser trabalhada com cuidado e nunca de maneira inadvertida. Saber trabalhar as nuances é bastante fundamental.
Devemos ter sempre em mente que o toque dos Snujs seguem sempre três regrinhas simples e fundamentais: a naturalidade, a criatividade e a espontaneidade.

Naturalidade: Evite exageros desnecessários.
Criatividade: Seja criativo em seus toques, busque sempre o que há de melhor. Espontaneidade: Deixe fluir seus sentimentos, sua elevação de espírito. Toque-os somente quando seu coração mandar.
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Entenda porque as músicas clássicas árabes sempre começam e terminam da mesma maneira

Porque as músicas clássicas árabes sempre começam e terminam da mesma maneira?

Falando sobre a estrutura musical árabe e o Maqam

Um Maqam (plural maqamat) é um conjunto de notas musicais que compõem modos melódicos ou estruturas modais, utilizados na música árabe clássica. Pensem no equivalente na música ocidental como os modos maior e menor quanto à utilização de tons e semitons, etc.
Cada maqam é construído em uma escala e apresenta uma estrutura que define as frases, as notas importantes, o desenvolvimento melódico e a modulação, caracterizando a música de países tanto no Norte da África como no Oriente e na Ásia Central.


Notação musical:

Os maqamat árabes se baseiam numa escala musical denominada microtonal, a qual não é formada pelos simples 12 tons utilizados na escala diatônica ocidental (i.e. Dó a Si + C# + D# + F#+ G# + A# ou Si bemol). Considerando que tais intervalos de tons são difíceis de “notar em pauta musical”, um sistema simplificado foi adotado na virada do século XX: Partindo da escala diatônica, a escala árabe se dividiria em 24 quartos-de tom (ou seja, normalmente entre as notas Dó e Ré há o Dó sustenido; já na escala árabe entre o Dó e o Dó sustenido há mais um semitom desse meio-tom sustenido, que forma então o chamado quarto de tom).
Embora esse sistema de 24 tons tenha sido meramente convencionado, ele não afeta a entonação precisa das notas tocadas visto que os músicos árabes ainda utilizam os detalhes microtonais que lhes foram passados através da tradição oral. Um maqam pode incluir variações microtonais, como semitons e quartos-de tom que não se ajustam perfeitamente em sua própria escala! Por exemplo: o E no maqam Bayati é afinado levemente abaixo do que o mesmo E no maqam Rast. Tais variações são aprendidas oralmente ou através da escuta, e não pela simples leitura de uma notação musical. Ou seja, a tradição oral ainda é a maneira mais correta de aprender a música árabe...
Aqui vocês descobriram porque a música árabe parece estar sempre sendo chorada! A transição entre as notas inclui muito mais semitons do que a música convencional do ocidente.
Entretanto, há também alguns maqamat como o Nahawand e o Ajam que não incluem quartos de tom e, portanto, podem ser tocados nos instrumentos convencionais do ocidente como o piano.

Como são construídos:

Os Maqamat são construídos por células menores de notas consecutivas que possuem uma melodia própria e um “humor ou características” distintas, denominadas de jins (plural ajnas). Na maioria dos casos, um jins é feito de 4 notas consecutivas (um tetracorde), embora haja ajnas de 3 notas (triacorde) ou de 5 notas (pentacorde). É através de seus jins que os maqamat podem ser classificados em famílias ou ramificações.
Além disso, cada maqam evoca uma emoção deferente no público. Basicamente, cada jins confere um diferente humor ou colorido. É por essa razão que maqams da mesma família compartilham o mesmo humor visto que se iniciam com os mesmos jins.
A modulação é uma técnica utilizada durante o desenvolvimento de um maqam para dar um maior interesse à música e está presente na maioria das canções clássicas. De uma maneira simplificada, significa transpor de um maqam para outro (compatível ou relacionado).

Uma peça musical longa pode ser modulada em vários maqams, mas normalmente terminará com o maqam inicial. 
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Instrumentos Musicais Árabes

A palavra "Música" vem do grego "Mousiki" que significa a ‘ciência de compor melodias’.
Qilm al-musiqa era o nome dado pelos Árabes para a teoria Grega da música para distingui-la de Qilm al-ghinaa que era a teoria prática Árabe.
A formação de uma orquestra árabe é a mesma desde 1940. Isto se deve ao fato de que, naquela época, houve uma cantora muito famosa e especial, chamada Om Kalthoum, cuja orquestra tomou-se como referência.
Na música oriental há uma predominância do melódico enquanto que, na música ocidental, predomina o harmônico. A música árabe desenvolveu-se com forte influência religiosa, quando a música não tem conotações religiosas, tem ao menos um sentido mais profundo e místico. Também é importante saber que para os árabes a música é muito importante.


INSTRUMENTOS TÍPICOS

1) Instrumentos de sopro:

a) Mizmar: Aquela cornetinha "estridente" que ouvimos muitas vezes no Said é tão típica e representa muito da riqueza cultural da região de Said.

"Instrumento de sopro semelhante a uma corneta, também chamado de Zâmr, o mizmar é uma espécie de oboé. Os seus repetidos trinados no timbre agudo, em incontrolável velocidade, imita o Zaghareet, o grito dos berberes. É um instrumento de sopro de alto diapasão, muito utilizado em danças folclóricas."

b) Nay:

"A flauta é o mais antigo dos instrumentos musicais e o ser humano, quando a idealizou, pensou nos materiais diretamente do mundo que o rodeava. Este instrumento data de um período bastante remoto. O nay tem associações filosóficas e místicas, nas quais ele é associado ao corpo humano: ambos precisam do sopro da vida para se tornarem ativos. De acordo com estas crenças, o som do nay pretende expressar a ânsia do homem em unir-se a Deus. A bailarina aproveita para demonstrar o domínio de seu corpo nos ritmos lentos."

2 - Instrumentos de corda:

a) Alaúde:
Sua leitura na dança pode ser feita utilizando-se de tremidos e shimmies. O toque lembra o kanoun só que a diferença é que o som das cordas do kanoun é mais agudo, lembrando uma harpa. "Também é chamado de "oud" que, em árabe, quer dizer madeira. É tão popular no mundo árabe que, é difícil uma família que não tenha alguém que toque alaúde."

b) Kamanja , Violín e violoncelo:
Instrumento europeu que foi adotado pela música árabe no século XIX. No século XX ele já havia tomado o lugar da antiga rabeca de ponta de ferro, passando inclusive a usar o seu nome: kamanja ou kaman. Quando os múltiplos violinos foram introduzidos nas orquestras árabes, na primeira metade do século XX, o violoncelo também passou a ser utilizado. Na segunda metade do século XX tornou-se comum nas grandes orquestras a utilização de pelo menos três deles.

c) Kanun ou Al-qanoon:
É um instrumento trapezoidal, que é tocado com o auxílio de um plectro e utilizando os dedos de ambas as mãos. O número total de cordas pode variar entre 64 e 82.
Se executa ponteios, com as pontas dos dedos envoltas por anéis metálicos, um em cada mão. Ambas as mãos podem tocar a mesma corda fazendo um som “tremeluzente”. Descende de uma antiga harpa egípcia e seu nome, ao pé da letra significa "a lei". É posicionada no colo do músico, ou em cima de uma mesa especial, colocada em frente ao músico, que a tocará sentado.


d) Bouzouk:
Consiste em um alaúde pequeno no corpo e longo no braço. Do bouzouk se extraem sons mais agudos. Este instrumento é utilizado na Grécia, mas também pode ser encontrado em países árabes.


3 - Instrumentos de Percussão:
Toques: os toques mais importantes são dum o tac, sendo que o nome dos toques vem do som que produzem e são aplicados a todos os instrumentos de percussão.
a) Derbake ou darbukka: com certeza é o instrumento de percussão mais importante. Quando outros instrumentos marcam o ritmo, o derbakista tem liberdade para criar e improvisar. O instrumento pode ser de madeira , de cerâmica ou, como os mais modernos, de fibra de vidro e de metal.


b) Dohola: ou "tabla grave" é semelhante ao derbake, porém maior e mais largo. Seu som é mais grave que o som do derbake e serve como base rítmica para solos de percussão. O doholla segura o ritmo enquanto o derbake "brinca" floreando em cima da base.


c) Duff ou Raqq: é uma espécie de pandeiro. Apresenta um aspecto exatamente igual ao pandeiro, porém de tamanho menor. Também possui pratinelas ao seu redor.Como requer um som mais suave, a pele que se utiliza neste caso é a de peixe. A parte exterior do aro de madeira, é ricamente decorada com madrepérola e mosaicos. Pode ser usado para liderar a percussão ou para seu pano de fundo, como o músico preferir.

d) Tabel: significa "tambor grande". É um instrumento recoberto com pele em ambos os lados. Toca-se pendurado ao corpo e com uma baqueta por trás, mais fina e outra maior, marcando o som grave à frente. Usado em danças folclóricas e muitas vezes em algumas aldeias, chega a substituir a própria tabla. É um som contagiante.

e) Snujs: Sagat ou snujs são címbalos de metal, em formato de pequenos pratos. Acreditava-se que estes instrumentos eram capazes de afugentar os maus espíritos. Quando em maior tamanho, os snujs ou sagat são chamados de Tourah. Na Turquia é chamado de Zills. Requer certa prática, habilidade e musicalidade por parte de quem o toca. Dá ritmo e seus floreados dão vida à dança e à música. Podem ser tocados por uma bailarina durante a dança, ou mesmo por quem


4) Instrumentos Eletrônicos e Instrumentos Modernos:

a) Sintetizador: é muito comum, na atualidade, encontrar teclados sintetizadores dentro da música árabe. Estes teclados produzidos por grandes marcas, especialmente para o mundo árabe. Possuem “samplers” (gravações de sons reais) de instrumentos originais árabes, assim como ritmos tradicionais já configurados.

b) Guitarra elétrica: comum em orquestras modernas.

c) Acordeom: Desde 1940, aproximadamente, se introduziu o acordeom nas orquestras árabes.

d) Sax:Assim como o acordeom, recentemente o sax vem sendo amplamente utilizado na música árabe, muitas vezes junto com orquestras.


A VOZ

Salguta: é o nome do grito que as bailarinas fazem no meio de uma dança. Originalmente é um grito de guerra. As mulheres recebiam ou despediam-se dos homens em ocasião de guerra. Também é comum escutar durante a zaffa (casamentos) e outras comemorações.

Maq´am: (Plural: macamats) É uma idéia musical , podem existir cerca de 150 macamats. É comum tanto nas improvisações como nas composições , que se comece por um macam, se passe a outro e termine voltando ao macam inicial.

Mahual: é um improviso do cantor “conversando” com a orquestra. O cantor pode mudar de maçam independente da orquestra acompanhá-lo ou não.

Taksim: improvisação, pode ser realizado com qualquer instrumento musical. É comum um takasin como preámbulo de um mahual. Pode ser ou não executado sobre uma base rítmica. Um solo de derbake não é taksim, é simplesmente um solo.
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Fórmula de Compasso

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sábado, 5 de setembro de 2009

Tempo musical x andamento

Afinal, sabendo que existe o relacionamento de um tempo musical com o tempo real de modo a criar uma medida, a graduação dessa medida se dá pelo andamento da música. Se, no exemplo citado, o músico em qualquer momento desejar mudar o valor dessa medida, ele pode escolher entre dois valores a alterar: o tempo real ou o tempo musical.

Escolhendo mudar o tempo musical, ele necessitará aumentar ou diminuir a quantidade desse elemento presente na relação (por exemplo, de 60 compassos para 80 compassos). Nesse caso, o músico interferiu na maneira musical de análise da situação temporal, o que musicalmente o obrigaria a modificar todos os valores das notas musicais e pausas existentes na peça (o que trará um grande trabalho).

Se, por outro lado, ele decide mudar o elemento do tempo real, por exemplo, de 2 minutos para 4 minutos de duração, ele altera a relação física da situação, estabelecendo que o tempo musical irá valer mais segundos, o que dispensará recondicionar o valor das notas e pausas. Portanto, como sugeria Stravinsky, o tempo musical é elástico.

Essa situação de modificar o tempo real da música se dá através do andamento, que informa se a peça é mais ou menos veloz. Se modificamos um Largo (bastante lento) para Allegro (um pouco rápido), não mexemos na quantidade de notas e compassos: somente alteramos a relação de tempo real que será utilizada para cada valor.

Assim como, na física, estabelecemos a relação "tempo musical por segundo", na música usamos o valor batidas por minuto, sendo que o "relógio" da música é o metrônomo, que transforma esse valor por meio de um mecanismo de proporção, e com o qual se pode saber o tempo musical com facilidade. Portanto, se ajustamos um metrônomo para o valor 90 (do nosso exemplo), ele irá executar 90 batidas em um minuto. A notação musical estabelece qual nota musical terá o valor de um batimento (tempo musical) e, partindo disso, o músico passa a ter a capacidade de organização elementar do tempo da obra.
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Tempo musical x ritmo

A forma mais comum de associação entre o tempo e a música é o ritmo. O ritmo, a curto modo, é a forma músical de organizar os sons e pausas sonoras no tempo. O ritmo é capaz de dizer musicalmente qual será a duração de um som ou de uma pausa sonora no decorrer de um momento musical. Em algum momento, a música passa a existir; para tanto, seu tempo passa a ser medido. Dentro desse período em que se mede o evento musical, o acontecimento do som ou pausa (silênico) é, normalmente, dividido em ciclos classificados no ritmo musical.

Por exemplo: uma música pode durar dois minutos. Esse é o tempo que ela utiliza para se manifestar (todos seus sons e pausas ocorrem nesse período). O músico pode até desconhecer a importância dessa quantidade de tempo, pois usa outra linguagem que traduz essa forma de física para a forma de música. Esse termo do tempo em si, pensado musicalmente, é representado pelo ritmo e por suas atribuições. Logo, desconhecendo que, na forma científica (não que a musical não o seja), a peça dura dois minutos. Cada compasso, equivale a uma divisão definida por um grupo de pulsações com valores iguais entre si. Juntas, essas pulsações agregam a noção de quantidade de tempo. Dentro desses compassos, poderá haver inúmeros sons e pausas sonoras. Desse modo, pode-se estabelecer a relação música x tempo, sendo que um compasso é dividido em tempos de valores iguais a um tempo predefinido. Se uma música usa a fórmula de compasso 3/4, e uma semínima é igual a 60 (um segundo), em cada compasso haverá 3 batidas, totalizando 3 segundos.

Se uma música totaliza no seu tempo cronometrado aproximadamente 2 minutos, baseado no exemplo anterior, a música teria aproximadamente 120 (segundos) divididos por 3 (número de segundos por compasso), dando um número de 40 compassos na composição, aproximadamente. É importante, no entanto, notar que dificilmente uma interpretação vá durar o mesmo tempo que uma segunda, terceira, ou qualquer outra interpretação, mesmo quando interpretada pelo mesmo músico - a não ser que um metrônomo ou marcador/sequenciador digital seja usado, mas, em música interpretada ao vivo, especialmente na música erudita, isso não se usa (com exeções na música aleatória, ou eletrônica, como com faixas pré-sincronizadas e utilizando um instrumento de comando para inicializar uma sequência pré-gravada que é usada como um guia cronometrado da interpretação - uma forma similar ao muito usado método também das apresentações ao vivo na televisão, em que cantores populares cantam e tocam, ou fingem que cantam e tocam até, junto a uma gravação, e a música soa perfeitamente igual sempre).

Portanto, cria-se uma unidade de medida que relaciona música e tempo, que, neste caso, é unidade de tempos musicais por segundo ou segundos por unidade de tempo.

E nos ritmos árabes como fica?

O baladi por exemplo usa a fórmula de compasso 4/4, e como já vimos a semínima é igual a 60 (um segundo. Portanto em cada compasso haverá 4 batidas, totalizando 4 segundos.
DUMDUM tákátá Dumtákátá(táká - emenda)
1 + 2 + 3 + 4 +

O Laff ou Malfuf usa a fórmula de compasso 2/4. Portanto em cada compasso haverá 2 batidas, totalizando 4 segundos.
DUM káTá (kátáká emenda)
1 + 2 +
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Tempo musical x Conceito de tempo

Conhecendo que existe tempo, e este define a relação de distância e quantidade entre um acontecimento e outro, este é o conceito cabível também à questão musical, excepcionalmente quando o elemento temporal é o som. Neste caso, o tempo define, nesta ordem:

. A distância entre um som anterior ou uma pausa sonora anterior pertencente a uma música;
. O início de um próximo som;
. A duração desse som;
. O espaço entre esse som e o próximo evento.

Sendo que, quando esse som for o último da música, o espaço entre ele e o próximo já não mais é classificado nessa música (que se encontrará num estado onde seu tempo parou de ser considerado e, com isso, ela deixou de existir no momento).

Pode-se considerar que a música depende completamente do tempo para existir, pois, se o tempo parasse, não seria possível um evento musical ou sequer o som (que depende do início e término de uma vibração que, por sua vez, ocorre num intervalo de tempo). Um som depende do momento para iniciar, existir e deixar de existir, e, de modo mais abstrato, ocorre o mesmo com a música: em algum momento, ela passa a ser considerada existente, e seu tempo passa a ser algo organizado (no sentido de estar sendo considerado ocorrente) com um início e necessariamente com um final.
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Informaçõe Sobre este Site

Este blog é fruto de um resumo de meus arquivos pessoais (fonte de 5 anos estudando música em conservatório musical) e em fontes de pesquisa públicos na internet (caso saiba a fonte original de quaisquer textos por favor escreva-me que divulgarei os devidos créditos) e-mail para: daniella@rhazi.com.br

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