Afinal, sabendo que existe o relacionamento de um tempo musical com o tempo real de modo a criar uma medida, a graduação dessa medida se dá pelo andamento da música. Se, no exemplo citado, o músico em qualquer momento desejar mudar o valor dessa medida, ele pode escolher entre dois valores a alterar: o tempo real ou o tempo musical.
Escolhendo mudar o tempo musical, ele necessitará aumentar ou diminuir a quantidade desse elemento presente na relação (por exemplo, de 60 compassos para 80 compassos). Nesse caso, o músico interferiu na maneira musical de análise da situação temporal, o que musicalmente o obrigaria a modificar todos os valores das notas musicais e pausas existentes na peça (o que trará um grande trabalho).
Se, por outro lado, ele decide mudar o elemento do tempo real, por exemplo, de 2 minutos para 4 minutos de duração, ele altera a relação física da situação, estabelecendo que o tempo musical irá valer mais segundos, o que dispensará recondicionar o valor das notas e pausas. Portanto, como sugeria Stravinsky, o tempo musical é elástico.
Essa situação de modificar o tempo real da música se dá através do andamento, que informa se a peça é mais ou menos veloz. Se modificamos um Largo (bastante lento) para Allegro (um pouco rápido), não mexemos na quantidade de notas e compassos: somente alteramos a relação de tempo real que será utilizada para cada valor.
Assim como, na física, estabelecemos a relação "tempo musical por segundo", na música usamos o valor batidas por minuto, sendo que o "relógio" da música é o metrônomo, que transforma esse valor por meio de um mecanismo de proporção, e com o qual se pode saber o tempo musical com facilidade. Portanto, se ajustamos um metrônomo para o valor 90 (do nosso exemplo), ele irá executar 90 batidas em um minuto. A notação musical estabelece qual nota musical terá o valor de um batimento (tempo musical) e, partindo disso, o músico passa a ter a capacidade de organização elementar do tempo da obra.
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Há 9 anos
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